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sexta-feira, 15 de julho de 2011

Infância

Anne Frank nasceu em 12 de junho de 1929 em Frankfurt am Main, na Alemanha, que, naquele momento, vivia um período político democrático conhecido como República de Weimar. Anne Frank, como ficou conhecida, era a segunda filha do casal Otto Frank (1889 - 1980) e Edith Frank-Holländer (1900 - 1945). Margot Frank (1926 - 1945) era a sua irmã, três anos mais velha.[2] Os Frank eram uma família de judeus liberais, que não seguiam todos os costumes e tradições do judaísmo e viviam em uma comunidade de cidadãos judeus e não judeus de várias religiões.[3] Edith Frank era a mais devota da família, enquanto Otto Frank estava interessado em atividades acadêmicas e tinha uma extensa biblioteca. Os pais incentivaram as crianças a ler desde cedo.[4]
Em 13 de março de 1933, foram realizadas eleições para o conselho municipal de Frankfurt e o partido nazista de Adolf Hitler sai vitorioso. Manifestações antissemitas ocorreram quase que imediatamente e a família Frank começou a temer o que aconteceria a eles se permanecessem na Alemanha. Mais tarde, naquele mesmo ano, Edith e as crianças foram para Aquisgrano, onde ficaram com a mãe de Edith, Rosa Holländer. Otto Frank permaneceu em Frankfurt, mas depois de receber uma oferta para iniciar uma empresa em Amsterdã, mudou-se para lá a fim de organizar o negócio da vida e arranjar muito dinheiro e acomodações para a família.[5] Os Frank estavam entre os cerca de 300 000 judeus que fugiram da Alemanha entre 1933 e 1939.[6]
Edifício de apartamentos onde Anne Frank morou entre 1934 e 1942.
Otto Frank começou a trabalhar na Opekta, uma empresa que vendia um extrato de fruta chamado pectina e encontrou um apartamento na praça Merwede, em Amsterdã. Em fevereiro de 1934, Edith e as crianças chegaram em Amsterdã e as duas meninas foram matriculadas na escola: Margot em escola pública e Anne em uma escola montessoriana. Margot demonstrava habilidade em aritmética enquanto que Anne mostrava aptidão para a leitura e escrita. Sua amiga Hanneli Goslar depois lembrou que, desde a infância, Frank escrevia frequentemente, embora ela protegesse seu trabalho com as mãos e se recusasse a discutir o conteúdo da sua escrita. As irmãs Frank tinham personalidades altamente distintas: Margot era bem-educada, reservada e estudiosa,[7] enquanto Anne era franca, enérgica e extrovertida.[8]
Em 1938, Otto Frank fundou uma segunda empresa, a Pectacon, que foi uma atacadista de ervas, sais de decapagem e de mistura de especiarias, os quais eram utilizados na produção de salsichas.[9][10] Hermann van Pels foi empregado da Pectacon como um especialista em temperos. Ele era um açougueiro judeu, que havia fugido de Osnabrück, na Alemanha, com sua família.[10] Em 1939, a mãe de Edith passou a viver com os Franks e permaneceu com eles até sua morte em janeiro de 1942.[11]
Em maio de 1940, a Alemanha invadiu os Países Baixos e o governo de ocupação começou a perseguir os judeus através da aplicação de leis restritivas e discriminatórias, como o registro obrigatório e posterior segregação. As irmãs Frank iam bem em seus estudos e tinham muitos amigos, mas, com a introdução de um decreto que determinava que crianças judias poderiam se matricular apenas em escolas judaicas, elas tiveram que se matricular no liceu Judaico.[11] Em abril de 1941, Otto Frank tomou medidas para evitar que sua empresa, a Pectacon, fosse confiscada por ser uma empresa de propriedade judaica. Ele transferiu suas ações da Pectacon para Johannes Kleiman e renunciou ao cargo de diretor. A empresa foi liquidada e todos os activos transferidos para Gies and Company, comandada por Jan Gies. Em dezembro de 1941, seguiu um processo semelhante para salvar a Opekta. Os negócios continuaram, apesar desta pequena mudança e permitiram a sobrevivência de Otto Frank, que passou a ganhar uma renda mínima, mas suficiente para sustentar sua família

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